“A saúde pública do país é uma calamidade!
Entre insatisfação de médicos, de funcionários e fraudes milionárias, a saúde
pública ficou sucateada. Há necessidade urgente de eliminar os meios de
desvios, para depois efetuar investimentos para atender a população.” _Mas, a saúde pública está sucateada
por falta de investimentos ou por desvio de verbas? Ou, ainda, faz
instrumentalização do "sucateamento da saúde" para justificar solicitação de
verbas junto ao governo federal, para depois desviá-las a grupos vinculados ou
não à administração pública?_
É dramática a situação da saúde pública no
Brasil, seu sucateamento é visível em quase todos os municípios brasileiros. Pasme,
mas parece não haver preocupação dos governantes com o sofrimento da população
e, infelizmente, dá a impressão de que ela está se acostumando com a situação,
considerando normal o péssimo atendimento médico, a falta de equipamentos para
realização de exames e falta medicação. Em fim, realidade de maus tratos com
desfechos tristes e de muita dor. Mesmo
sem condições de trabalho, os médicos não reclamavam, mas agora que mexeram com
eles, reagiram e resolveram apontar o sucateamento da saúde, como inviabilidade
técnica e humana de trabalho, ao mesmo tempo em que, se utilizam disto para
justificar porque não aceitam trabalhar em cidades do interior do país, onde a
situação é ainda pior. Eles não estão errados em recusar a MP dos médicos, até
porque, enquanto eles se sacrificam no interior recebendo apenas o salário, os
proprietários do dinheiro público se banqueteiam com desvios de verbas da
saúde.
A realidade atual provoca forte apelo por
investimentos no setor, porque é a saúde que está na UTI por falta de
recursos. Isto com certeza vai forçar a
liberação milionária de verbas para saúde nacional. Mas é um grande engano
esperar que o sofrimento do cidadão diminua porque o Planalto liberou recursos,
pelo contrário, isto pode alimentar
a indústria da corrupção da saúde
que deixará ao paciente só a
agulha da seringa para espetá-lo, caso reclame. A saúde acumula inúmeros processos
de corrupção, investigados e divulgados amplamente na mídia. Uma das formas
clássicas de desvio são as fraudes em licitações, com preços pré-combinados,
onde já está embutido o valor que será desviado. Em uma reportagem especial
realizada pelos repórteres Eduardo Faustini e André Luiz Azevedo, o Fantástico
mostrou como funciona esquema para fraudar licitações de saúde pública, feitas
entre fornecedores e funcionários públicos: WWW.moreiranet.com/products/fantástico
O
Senador Álvaro Dias comentou que o sucateamento da saúde não é por falta de
dinheiro “Precisamos urgentemente instalar uma CPI da saúde no Congresso
Nacional”, disse. Ele chegou a esta
conclusão após matéria veiculada no Fantástico: FANTÁSTICO MOSTRA COMO É FEITA FRAUDE EM LICITAÇÕES DE SAÚDE PÚBLICA
que foi ao ar em 19 de março de 2012 e revelou como funcionava o esquema para
fraudar licitações da saúde. O esquema
era montado pelas empresas fornecedoras que se uniram para fraudar a disputa,
entravam para perder, garantindo o preço alto da vencedora. O lucro era dividido entre elas. http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/03/fantastico-mostra-como-e-desvio-de-dinheiro-em-um-hospital-publico.html
O caso mais recente de fraude da saúde
ocorreu com o Hospital Universitário do Estado
Mato Grosso do Sul. Os médicos
José Carlos Dorsa (Diretor do Hospital Universitário do Estado) e Adalberto
Siufi (Ex-Diretor do Hospital do Câncer
do Estado), de acordo com a Polícia Federal agiam em conluio. Eles fecharam o
setor de radioterapia do Hospital Universitário, para triar pacientes para o
Hospital de Câncer e de lá para a Clínica particular de Adalberto Siufi. http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/05/esquema-de-fraude-na-saude-publica-em-ms-tem-novas-denuncias.html
Antes de investir na saúde, é necessário
fazer uma limpeza dos roedores, senão é o mesmo que colocar milho e trigo em
uma casa cheia de ratos, eles vão enrobustecer e se multiplicar. Os ratos modernos são acostumados a muito
dinheiro, gastança! Com a mão no
dinheiro público paga cirurgia plástica para sua rata que agora tem o
abdome lisinho; exibi carrões que não há outro igual na cidade, causando inveja
aos apaixonados por motores; está orgulhoso por ser patrimonialista; participa do lucro ou do patrimônio de empresas
sediadas na cidade, é como se fosse uma espécie de sócio, porque recebe uma
quantia em dinheiro sem trabalhar e sem investir no negócio, oba! Oba! Vida
boa! E ainda fica de olho nos salários de funcionários públicos; concede
salários altos mediante devolução do excedente a um salário mínimo, tal
mecanismo é vantajoso porque isenta de justificativa sobre sinais de riqueza
não compatível com o cargo. É uma prática em que o indivíduo se enriquece aos
olhos do mundo sem justificar a origem do dinheiro. É uma indústria que se utiliza de laranjas descapitalizados,
mesmo que haja denúncia, o laranja não tem como devolver o dinheiro fruto da
fraude. Então, Eh! Eh! Eh! É só riqueza que não deixar pista!
As pistas estão aí, fazendo corpo a
corpo com a população, mostrando o que tem. No mínimo está mais gordo ou mais
bem vestido, exibindo roupas de grife, sorriso de satisfação pelos os bolsos
cheios, pelo tratamento odontológico caríssimo e /ou por considerar quem os
olham são otários! Quem ganha dinheiro com facilidade faz questão de exibir,
compra um carro para cada filho, troca o vira lata por cachorro de raça, muda a
cor dos cabelos até ficar feio. Como não reconhecer quem está com o dinheiro da
saúde? O Papa Francisco em seu discurso se dirigiu aos corruptos: “Veem até você não para ajudar, mas com
egoísmo e benefício próprio”, disse o Papa Francisco. . "Jesus se une a tantos
jovens que perderam a confiança nas instituições políticas, por egoísmo e
corrupção", declarou o papa.
Como fiscalizar os recursos da
saúde pública, se quem detém e investe os recursos são os mesmos responsáveis? Essa
relação é um tanto esquisita, seria algo como contratar um lobo para ser babá
de seus filhos! Eis a questão! E daí?
Mata-se o lobo e salvar as crianças, ou deixa o lobo devorá-las?
Nem tudo está perdido, porque
existem pessoas abnegadas em favor do próximo. O corpo clínico e demais
funcionários de um hospital trabalham pela recuperação do paciente e, na
prática do ofício parece não haver divisor entre obrigação e amor. Por mais que
haja reclamações deles, o que seria dos pacientes sem esses anjos da guarda?
Alguém já se perguntou qual é o estado emocional desses profissionais que
sofrem duplamente, quer seja pela falta de recursos e, por presenciar o
sofrimento alheio que hoje é do paciente desconhecido, mas amanhã, ele poderá
ser o próximo protagonista? Isto não basta, ainda são submetidos à pressão dos
baixos salários que finaliza o transtorno social.
Categoria: opinião
Postado por: Lucineide Clara de Alencar Barros
Postado por: Lucineide Clara de Alencar Barros