Vida de Luta, sofrimento e exclusão.
Desde
que se mudaram do Maranhão para Vilhena em 1998, Maria Pereira Lima da Cruz (65)
e o esposo, Manoel de Nazaré Pereira da Cruz (74) que residem na Rua 1503, nº
1906, no Bairro Cristo Rei, sempre trabalharam por um futuro melhor.
Recém-chegados à cidade não tinham muitas opções, a única alternativa era enfrentar
serviços braçais. Ela foi trabalhar como faxineira em casa de família e ele com
limpeza de terrenos. Após alguns meses, seu Manoel conseguiu emprego como
vendedor de sucos naturais, onde trabalhou até 2008.
Tudo ia
muito bem, até que em 2008 seu Manoel sofreu acidente grave. O atropelador
ajudou a família com, apenas, uma caixinha de cataflan e nunca mais voltou, nem
para fazer uma visita sem compromisso. A partir deste acontecimento, o casal vive
momentos de muito sofrimento até hoje. Por ser diabético, o ferimento da perna
não cicatrizou e evoluiu para trombose. Infelizmente, a perna foi amputada.
Hoje é cadeirante e recebe benefício do INSS.
O custo da medicação permanente é muito alto, pesa no orçamento doméstico, consequentemente, dificulta pagamento de outras despesas essenciais. Diante desta situação, dona Maria resolveu limpar túmulos e
jazigos para reforçar a renda familiar. Não é uma renda fixa, mas ameniza a fragilidade
econômica do casal. Solidariedade vem da comunidade católica que ajuda com gêneros
alimentícios.
1- A partir de que momento a situação ficou insustentável?
Desde que meu esposo teve trombose e amputou
a perna. Hoje sofro muito com o controle do diabete. E não é só isso, ele é
hipertenso e eu também. Por não termos boa saúde tudo fica mais difícil.
2- Por que nenhum dos
filhos não teve iniciativa de ajudá-los juntos aos órgãos assistenciais
competentes?
Os filhos têm
compromissos. Trabalham para sobreviver e nunca têm tempo para agilizar processos em repartições públicas.
3- O dinheiro ganho com
limpeza de túmulos e jazigos é suficiente para as despesas do mês?
Não. Porque não me pagam em dia! Alguns me deve há cinco meses.
4- A senhora já solicitou a
medicação permanente dele na Secretária de Saúde ou em outro órgão
assistencial?
Não. A única ajuda que recebi
foi de particulares quando ele teve que viajar para Palmas-TO onde amputou a
perna.
5- Por que a senhora ainda
não foi à Defensoria Pública requerer providências com base no Estatuto do
Idoso?
Não fui porque não sei como resolver
questões burocráticas. A minha nora
conseguiu a medicação só por três meses.
6- Qual ajuda seria bem
vinda?
A nossa dificuldade é trocar a sonda; caso
contrário pode dar infecção. Mas, se nós tivéssemos ajuda de uma técnica de
enfermagem seria muito bom.
Categoria: reportagem
Postado por: Lucineide Clara de Alencar Barros
2 comentários
Gostaria muito que as autoridades tomassem alguma providencia para amenizar as dores deste casal, sei que só quem sente a intensidade da dor do próximo, pode ter compaixão do próximo ,mas imaginem vcs no lugar daquele casal ,ela tendo que trabalhar para comprar os medicamentos dele , e ele tendo dores horríveis .porque a sonda da bexiga entope e ninguém ,ajuda mandando um profissional da saúde acompanhar estes idosos que náo tem noção dos seus direitos, cade o direito dos idosos e ate mesmo dos direitos humanos ,que os presos que comete crimes de todas as formas brutas
Replylhes são reservados mas os pobres e doentes morrem no sofrimento desumano
nrialgu
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