A República foi
mera inspiração de seus idealizadores que morreram amargurados com os rumos do
regime que ajudaram implantar. Hoje vivemos numa jovem democracia que não
permite a tortura, mas conserva todos os dilemas sociais do início Republicano.
Mas parece que colapsou!
Imagem da internet
Colapsou a relação entre representantes e
representados. A falta de representatividade, ao longo dos séculos, exauriu. Entrou
em colapso a operacionalidade das instituições. A República nunca se efetivou
como instrumento de “diálogo” entre dirigentes do país e a grande massa de
proletários rurais e urbanos. A falta de diálogo separa, ainda hoje, o Estado e
as maiorias que deveriam de fato ser representadas. A História nos relata que na transição da
Monarquia para a República Brasileira, a ala militar ficou responsável por
promover discussão dos problemas sociais das classes menos privilegiadas, porém
ficou só na intenção. Apesar do fim da
Monarquia, não se abriu caminho para solução dos velhos dilemas da exclusão
social, política e econômica. Não foram discutidos os problemas sociais, não
houve participação da população. A população miserável e inculta passou das
mãos dos militares para as novas elites agroexportadoras. A separação entre
elite e povo excluído das pautas oficiais se mantém até os nossos dias, graças
ao sistema de ensino que sempre pavimentou o conservadorismo.
Outra tentativa de
transformar a sociedade ocorreu em 1970, quando os militares tentaram aplicar
ideais do positivismo (princípios do positivismo
defende a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de
conhecimento verdadeiro. De acordo com os positivistas somente pode-se afirmar
que uma teoria é correta se ela foi comprovada através de métodos científicos
válidos). Porém, eles não conseguiram realizar a transformação. “O positivismo surgiu ligado às transformações da sociedade europeia
ocidental, na implantação de sua industrialização. Embora as origens desse
pensamento filosófico datem do século XVIII, somente no seguinte, com Auguste
Contes, o positivismo ganhou expressão.
No Brasil a influência do positivismo aparece no
início da República e na década de 1970, com a escola tecnicista.
No entanto, é importante registrar que o positivismo
perdeu a importância na pesquisa das ciências sociais, porque a prática da
investigação se transformou numa atividade mecânica, muitas vezes alheia às
necessidades dos países, sem sentido (TRIVIÑOS, 1987).
O presente artigo mostra a contribuição de Auguste
Comte à consolidação do positivismo e aborda a influência que essa corrente
filosófica exerceu no Brasil.” http://www.espacounicocriativo.com/2010/12/o-positivismo-e-sua-influencia-no.html
Foram várias tentativas de
transformação da sociedade, mas sem sucesso. Embora o retrocesso social, a
jovem democracia brasileira é aplaudida, principalmente, por aqueles que
viveram a experiência da Ditadura Militar de 64. A nossa democracia se resume
em não repetir as torturas da Ditadura Militar e, em promover o processo
eleitoral. O conservadorismo é eternizado pelo voto obrigatório, quando o
brasileiro é obrigado a votar em candidatos que não têm o compromisso de
representá-lo depois de eleito.
Como quebra de paradigma, as manifestações das
ruas ressoam a nossa História política e a incompetência dos dirigentes que
nunca se preocuparam em elaborar um projeto de país envolvendo todas as
classes, inclusive as classes populares. Ao invés de projetos sociais, os
políticos aprenderam que depois de eleitos não teriam compromisso de trabalhar em
prol da coletividade. O Estado, agora, é
usado em benefício próprio. A partir daí a corrupção faz sucesso: políticos, primeiro e segundo escalões e colaboradores
(laranjas, fantasmas) constituem a força da corrupção. Diante deste esquema não
há como oferecer serviços públicos de qualidade à população. E agora? Colapsou!
Fontes: www.brasilescola.com.br www.espaçounicocriativo.com.br Revista Veja, edição 2336- ano 46- nº35-
26-08-2013.
Categoria: Opinião
Postado
por:
Lucineide Clara de Alencar
Barros