"Desindustrialização do Brasil"

    

                          




FECHADO   
           
                           Não há dúvida de que a indústria brasileira estagnou e que está em processo uma Desindustrialização. Para Edmar Bacha, economista e um dos pais do Plano Real, a perda de relevância da indústria teve início em 2004/2005 e foi batizada por ele de “doença holandesa” em analogia ao que ocorreu naquele país em 1960, quando o aumento do preço do gás atraiu muito capital e valorizou o câmbio, reduzindo a competitividade dos produtos manufaturados.
                      Para o economista, hoje, o Brasil passa pela mesma experiência holandesa. Em 2005, a entrada de dólares foi expressiva, os dólares vieram da melhoria dos preços das commodities (transações comerciais de produtos de origem primária nas bolsas de mercadorias) que o Brasil exportava e de uma entrada muito forte de capitais que beneficiaram o país. “O efeito colateral dessa bonança foi a Desindustrialização”, afirmou Edmar Bacha.
                       Mas o Brasil vai bem! Os salários estão altos, fato nunca visto em outras épocas da história brasileira. Inclusive o povo está satisfeito com o governo, só a indústria que não emprega, ela está mal!
                        A falta de infraestrutura e de mão de obra qualificada comprometeu o crescimento econômico.  A Construção civil e todo complexo agromineroindustrial são prejudicados em consequência da despreocupação governamental com planejamentos que norteiem o desenvolvimento da Nação.
                     Na opinião de Edmar Bacha, o desenvolvimento pleno só poderá ser alcançado com o fim do protecionismo, com recuperação da capacidade de concorrer e ter uma indústria produtiva. O “nacionalismo brasileiro” fez com que o Brasil se transformasse no país mais colonizado do mundo.  Produzir no Brasil é muito caro porque tem que comprar tudo aqui, o que transforma o país em uma “Ilha”. Enquanto o Brasil não se integrar ao comércio mundial, como fez a China, o setor industrial vai ficar estagnado.
                    Outro fator contra o capitalismo brasileiro é a existência da “aliança entre interesses políticos e econômicos.” Há a prática do privilégio, um alimenta o outro e vice e versa. Isto resulta como barreira para competição e para mudanças institucionais  inovadoras e criativas. “Isto impede o Brasil de se tornar um país de alta renda”, disse Bacha.
                     A relação de compadres entre a esfera pública e privada deixa claro que se trata de uma teoria política e não econômica. Quando um grupo econômico controla o sistema político, sempre é em benefício próprio e, em detrimento dos interesses da população.
Fonte: Folha de São Paulo, 27-07-12

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